O CAPITALISMO SOM VALORES (II):

EN DEFESA DO TRABALHO DURO

 – Miguel Anxo Bastos Boubeta –    

  O capitalismo implica uma ética do trabalho e ter uma visom positiva do mesmo. As ideologías anticapitalistas acostumarom sempre a rebaixar os valores associados ao mesmo. Opúsculos como O direito a preguiça do genro de Karl Marx, Paul Lafargue (no qual os galegos som descritos como uma das raças malditas da humanidade pois gostam de trabalhar) ou o infame Elogio da ociosidade de Bertrand Russell prometem futuros ideais nos que o trabalho será quase extinguido, ao tempo que idolatram ao ocio e a preguiça. Porem dende o campo dos modernos teóricos do capitalismo (a diferença dos antiguos como o grande Samuel Smiles) nom se enfatiza o suficente no valor do trabalho nem em procurar fomentar os valores que este leva associados. Por exemplo só temos que observar como as novas geraçons som educadas na caça de ociosos e preguiceiros seres como as distintas variedades dos pokemons ou na influência de pitufos lacazáns mentras que as geraçons hoje ja idosas foram criadas com relatos de ananos trabalhadores, como os que podemos ver nese maravilhoso canto ao trabalho como é o filme Branca de Neve de Walt Disney (cos seus laboriosos ananos armados de picos e pás assobiando ao trabalhar) ou nos contos dos tres porquinhos, no que o porquinho trabalhador é o que salva aos demáis do lobo. O trabalho foi sempre uma das bestas negras das ideias socialistas e súa denigraçom tem sido sempre uma constante tanto no ámbito da teoría como no da cultura, mentras que os intelectuais capitalistas actuais pela contra dedicarom moi pouco do seu tempo a louvança do trabalho. Preferirom centrar-se na importância dos empresarios ou no estudo das técnicas financeiras esquecendo que muitos dos logros conseguidos pelo capitalismo debem-se ás virtudes duma magnífica classe operaria educada e cheia de valores de trabalho duro, seriedade, disciplina e perfeccionismo e que sem estes valores nem empresarios nem financeiros teriam acadado os seus logros.

   É muitas veces esquecido que as classes trabalhadoras evoluirom ao mesmo tempo co sistema capitalista e que fixeron proprias boa parte dos seus valores. E em paralelo a perda dos mesmos ve-se com muita máis claridade e em primeiro lugar quando estes deterioram-se. É curioso, máis deve-se a um marxista, E. P. Thompson, o descubrimento do processo de adopçom de valores capitalistas pelos trabalhadores ja no século XIX. Se bem o autor nom gosta do processo, em ensaios como “Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial” narra como a classe operaria vai lentamente facendo súa valores como a pontualidade, a seriedade no cumprimento dos praços de entrega, a adopçom da dura disciplina da fábrica e sobre tudo a importância do trabalho constante e continuo. Como ele mesmo bem narra (tambem Max Weber fai fincapé no mesmo ponto) as sociedades pre-capitalistas gozavam de muitos días feriados e incluso da instituiçióm da santa Segunda Feira na qual acostumava-se nom ir trabalhar. Ademáis existía o costume de uma vez ganhado o dinheiro proceder a gastalo no mesmo momento e nom voltar ao trabalho ata que este nom se tivesse acabado. O processo de adquirir formas de trabalho capitalistas fixo-se com grandes dificuldades e foi em paralelo ao desevolvemento das súas instituiçons (bancos, bolsas, cámaras de compensaçom, etc.) pero foi acadado num alto degrau. A força de trabalho atual, com todos os seus defeitos (muitos deles partilhados co empresariado), é um dos principais logros acadados na civilizaçom ocidental. É uma força de trabalho bem educada, seria e orgulhosa do produto ou do serviço feito. Operarios que trabalham sem descanso, sem interromper a produçom nem sequer nas condiçons máis duras. O nivel de perfeiçom e qualidade conseguido pelos trabalhadores de países como a Suiça ou Alemanha ou sem máis longe o nosso, constata-se nos resultados do seu trabalho e pode-se fácilmente contrastar cando é comparado co dos países que ainda nom conseguiram niveis avançados de capitalismo. Requeriu muito tempo, esforço e conscienciaçom acadar estes logros. Pero podemos por tanto estar bem orgulhosos da força de trabalho do sistema capitalista.

   Máis por desgraça as forças ideológicas que atacam ao capitalismo nom excluem ao trabalho dos seus ataques e máis ainda pretendem falar no nome dele. As teorías da explotaçom capitalista, as da alienaçom e incluso propostas modernas como as de reducir por lei as jornadas laborais sempre tentarom apresentar ao trabalho como una maldiçom que será abolida no futuro, desvalorizando pelo tanto a súa aportaçom ao bem-estar humano. O trabalho educa ás pessoas (boa parte dos nossos conhecementos som adquiridos no proprio processo), fai-nos relacionar com outras e integra-nos na sociedade. Ao tempo fai-nos sentir úteis e orgulhosos de nos proprios, pois sabemos que o que possuimos ou consumimos debe-se ao nosso proprio esforço. Isto dignifícanos e fainos ao mesmo tempo sensiveis e refratarios a demagogia de quem nos quere tirar pela força parte do obtido coa nossa legitima ocupaçom.

  O capitalismo precissa de trabalho duro e serio, máis este forma parte duma cultura e duma forma de olhar o mundo que nom é facilmente estabelecida. Non extranha pois que os países do mundo que máis medram económicamente son aqueles, como outra das raças malditas de Lafargue os chineses, quenes contam cuma ética moi estrita do trabalho e o esforço. Povos que nom reclamam máis dias feriados senom máis trabalho como fam suiços ou japoneses som exemplo de povos exitosos pela súa capacidade de trabalho. Nosso éxito histórico foi tambem fruto de tal espíritu. Minhas lembranças de criança eram de galegos e galegas duros e trabalhadores, cavando, facendo cimento, levantando edificios, fábricas e estradas e velando as noites em fábricas e talheres. Eles levantarom a Galiza próspera de hoje (nunca na sua historia foi tam rica, com todos os seus problemas, como na nossa época). Nom deixemos pois que ideias de ocio e molicie arruinem esta herdança. Procedamos pois a combatilas com ideias que dem valor ao esforço e ao trabalho duro. Pero por desgraça nom lhes prestamos muita atençom a estos principios, máis bem centrados noutros aspetos do capitalismo (finanças, inovaçom, emprendimento) nom vemos quais som as verdadeiras bases do mesmo e nom entendemos que sem uma boa força de trabalho os bancos teriam pouco que financiar e os empreiteiros non teriam uma base sólida sobre a qual construir.