O CAPITALISMO SON VALORES: (I) O AFORRO 

– Miguel Anxo Bastos Boubeta –   

  Muita gente acredita em que o capitalismo é um sistema económico que resulta de valores consumistas e que ao mesmo tempo os alenta.Nada máis falso e nada máis errado. O capitalismo require tanto para a súa origem como para o seu funcionamento quotidiano de valores que som a antitese do consumismo e do estilo de vida despreocupado que paresce ser máis umha consequencia da opulência que este gera e de ideas como as keynesianas que provenhem dumha etapa madura do mesmo que dos valores que o conformaram nos seus começos a principios do século XIX. Daniel Bell escreveu fai anos um fermoso livro sobre as contradiçons culturais do capitalismo no que profetiza que o capitalismo morrerá de éxito, precisamente porque ao devir máis ricas as populaçons viram  a esquecer  os valores que permitirom a  libertaçom da pobreza. As pessoas criadas dende pequenas na riqueça e sem memoria da historia dos processos que a conducirom a ela tendem a pensar que é algo que vem dende a noite dos tempos e como algo garantido que nom pode ser nunca destruido e so acrescentado. Mais a que valores nos estamos a referir? Principalmente a dous o aforro e o trabalho. Pero neste artigo refererirei-me principalmente ao aforro.

  O aforro é o valor principal do capitalismo es sem o quela este nom poderia ter existido nas dimensons actuais. Consiste em diferir o consumo de bens presentes para poder dispor de consumos futuros, bem porque podamos previr que ham escasear no futuro, bem para obter algum tipo de lucro de tal abstençom. Sem aforro previo nom podem ser financiados bens de capital e por tanto nm se poderia ter incrementado o nivel de vida aos niveis actuais. O aforro é umha virtude que precissa de disciplina interior  no senso de que temos de ser capaces de dobregar os nossos impulsos cara a disfruta de prazeres presentes. A virtude do aforro require de previssom e cálculo cara o futuro e se bem atopa-se em maior ou menor medida nos seres humanos  precissa de ser educada no canto de querer conseguir umha sociedade capitalista e por tanto de disfrutar de bos niveis de vida em todos os aspectos, isto é num nivel de consumo aceitavel ou na disfruta de bens como serviços de saude ou educaçom. A educaçom desta virtude require sobre tudo configurar umha perspectiva ao respeto do tempo, isto é a valorar máis o futuro e menso o presente. As sociedades capitalistas nasacem entre populaçons cumha preferencia temporal moi baixa, como aconteceu na época vitoriana em Inglaterra. Era umha sociedade puritana e frugal que valoraba moi pouco os praceres presentes e pensaba a longo prazo, no porvir. Foi umha combinaçom de valores religiosos, sociais e económiocos que devirom numha das sociedades máis frugais que virom os tempos. Desa frugalidade e nom das colonias (muitos paises as tiveram antes como Espanha ou Portugal e nom devirom capitalistas, máis bem ao contrario), como acostuma a dicirse,  de onde se conseguiu gerar o capital necessario para financiar o primitivo desenvolmenteo industrial, que logo se extendería ao resto de Europa.  Em sociades como a británica dessa era fundarom-se  con grande éxito incluso bancos de céntimos para favorecer a poupança incluso das classes operarias, que podían lá poupar pequenas cantidades de dinheiro, para poder previr o futuro e para educar na continencia económica dos máis desfavorecidos ee evitar assim que o seguiram sendo. Campanhas  educativasa favor do aforro como as de Samuel Smiles, bem descrita nas súas obras por desgraça hoje esquencidas, eran frequentes na época, junto com valores moralizantes a contra do alcool e o vicio do jogo. Estos autores acostumavam a usar exemplos como o de capitalizar  a interese compostoa dez ou vinte anos o consumo de alcool quotidiano do trabalhador amosando que estes pequenos gastos poderían ser transformados em grandes cantidades de dinheiro ou em seguros para evizar a pobreza em caso de infortunio. Certo é que boa parte da formaçom de capital que se fai a dia de hoje debe-se ao aforro das empresas, aos beneficios nom repartidos das mesmas e investidos na produçom, pero tambem é certo que tales decissons som tomadas por pessoas dotadas dumha vissom temporal a longo praço e que entenden as ventaxas a meio e longo praço de diferir o copnsumo. A virtude do aforro tem tambem  muito que ver coa cultura predominante em cada sociedade. Ha culturas que favorecem o aforro e a frugalidade, mentras que outras como a nossa  favorecem o consumo e o disfrute da vida e do momento presente, o famoso carpe diem. Esta cultura extendida pelos medias de comunicaçom, a arte e incluso no sistema educativo afecta sustancialmente a perspectiva temporal de boa parte da populaçom, reforzando a ja forte tendencia cara o disfrute inmediato e destruindo toda a complexa arquitetura do aforro que fora conseguida a través dos séculos non longo e difícil processo de civilizaçom temporal.

  Quero-o  aquí e agora paresce ser a sinal dos tempos. Consumimos muitos dos nossos bens a crédito, sem passar pelo sacrificio previo de privar-se de bens de consumo, incluso chegando ao extremo de consumir bens de lazer ou bens de consumo inmediato (viagens, banquetes) pedindo préstamos que a súa avez influirám a nossa capacidade de aforro futura. Pero esta capacidade de consumo actual esta moi influida pela nossa capacidade de aforro. De nom ser capazes  de mantel-la esta ira pouco apouco decrescendo, ate que o nosso actual nível de vida faga-se insustentável.

  A educaçom no aforro ou no cambio na nossa preferência temporal nom devem ser pela contra obrigatorios. Cada pessoa tem direito a manter o estilo de vida que ellas apetecer, pois a esta é umha questom moral na que a economía ou a política nom tenhem nada que dizer. Máis é importante saber quais  som as consequências das nossas actuaçons pois de seguir pautas de vida ou consumo insustentáveis económicamente logo nom teremos direitoa queixarnos se ao cabo duns anos nosso nivel de vida decae e ja nom podemos disfrutar de bens e serviços, muitos deles bñasicos a nossa vida no nível a que estabamos acostumados. O aforro é umha virtude que meresce ser louvada e defendida, sem obrigar a ninguem, máis tendo em conta que é graças a ella que podemos disfrutar dumha vida que nem o faraom poderia ter sonhado.